Quando voltares
se voltares
estarei melhor
Não por causa de ti
mas também
Enquanto isso a gente vai fingindo que o outro não existe
esquece do filme, há de ter ficado em cartaz eternamente
esquece, se é que é possível, do nosso toque incendiário
Até que, pouco a pouco, borramos a memória dos nossos rostos
a conversa do whatsapp vai ficando longe, perto de outras pessoas esquecidas
o waze não sugere nossos endereços
o teclado não sugere teu nome, sugere sílaba única, dor
Assim a vida vai imitando a arte
e há de imitar nossas forma-pensamento-fingimento
Como me sangra a Bruna (enquanto espero que nunca chegue nenhum dia se não aquele primeiro):
Quanto tempo falta pra gente se ver e fingir que não se viu
Quanto tempo falta pra gente se ver e não se reconhecer
Quanto tempo falta pra gente se ver e nem lembrar que um dia se conheceu
Nenhum comentário:
Postar um comentário