domingo, 21 de novembro de 2010

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Pedal do meio

Nada como duas horas no trânsito.
Suficientes para sentir os
32,5ºC como se fossem vinte, depois quarenta, depois molhados.

Nada como tira
r a sandália e não tirar os olhos do meu retrovisor com medo de se repetir a mesma cena de assalto (se bem que, se ele vier pela janela do passageiro...já tenho um celular reserva em um dos porta-copos).
"Vou deixar a janela meio aberta mesmo". E agradecer o pote de mil mentos que comprei só porque cabe certinho no meu outro porta-copos ocioso e também como previdência para um belo trânsito sextafeiral.
Li o final do conto do Veríssimo, vi se minhas unhas já secaram, buzinei, estressei, odiei e fechei a janela quando parei do lado do boteco (não daqueles sujos dos quais eu imunizadamente amo tomar café no copo americano) de aparência e clientes asquerosos.
Eu tinha que ficar na faixa da esquerda rápido...não por nada, só pra gritar "Goiabaaa!!".
E eu comprei a inflacionada e mais deliciosa transgênica goiaba vermelha do mundo dos faróis!
Dai tudo ficou bonito mesmo. Meu ipod descobriu que não pode tocar Kitaro depois de tocar Roulette Dares, minha maquiagem se descobriu derretida e a chuva choveu, parou e brisou um vento digno de correr o risco com as duas janelas abertas e de aumentar o som e jogar o braço pra fora e sentir algumas gotas persistentes.
E assim eu me despedi da flor presa no meu vidro da frente que cuidou de ficar lá comigo por duas horas até a nova chuva.
Que choveu na hora certa o suficiente pra preparar o mato daqui de casa, que se perfumasse com aquele cheiro molhado e verde dos serenos...
Serenidade em hora tão irônica e mais bem-vinda.