De nós, que não chegamos a ser
sobram nós na garganta
Coração engasgado
Ando confusa, bem confusa
E agora faz como?
Com a saudade?
Com a vontade de conversar?
De dançar ou de rir ou de chorar na sua companhia
Faz como?
Será que está tudo conjugado no passado, mesmo?
“Estava, amei, era, foi”
Seu olhar está fotografado aqui dentro, no presente do indicativo
e até no gerúndio
e eu amo essa fotografia
Queria te ouvir mais falar das suas feridas, te beijar e dizer que dói mesmo e que vai passar
e, quando quisesse, estaria ao seu lado, segurando sua mão
Queria você-pacote-completo:
amores, dores,
doçuras, amarguras; todos os sabores
Queria viver uma dor e um amor juntos.
Te mandar uma carta de amor.
Receber um café da manhã sem dor.
Queria
e se você alguma hora quiser
quero
Nenhum comentário:
Postar um comentário