quarta-feira, 23 de junho de 2021

podem me levar (se)

Se chamam de louco

Quem em sua caminhada vive tropeçando em amor

E se loucura for crime 

Podem me prender 


Se chamam de bruxa 

Quem dança para o fogo e para a Lua

E, ironicamente, se seu destino for a fogueira 

Podem juntar lenha   


Se chamam de pecador 

Quem honra a absolutamente tudo o que vive, tudo o que não vive, tudo que se escuta e o que não se escuta 

Absolutamente todo o gerado pelo Um 

E se o pecado for uma desonra imperdoável 

Quem desse universo abundante não perdoaria?


Se for julgado

Quem colhe da fumaça sopro às sete direções   

Quem mobiliza do rio energia 

Quem sangra na terra 

Faz cantando 

Faz vibrando

Uivando 

Entoando 

Quem recebe Deus 

Está Deus 

É em Deus 

E é Deus  

(...)

Condenem-me 

Estou liberto









2 comentários:

Anônimo disse...

O INOMINÁVEL

Quando se começa a ver, um sol nasce e outro morre
Há a descoberta e a perda, e é preciso lidar
Ninguém vê o que não via, se não podia ver
Mas ninguém vê o que via, se já não o reconhece
E assim costuma Ser

A vida foi escrita no código
Da simetria, das espirais, do mantra, da conta, da voz
Você não vê o léxico, mas reconhece o sentido
Porque ele está em você
Compondo o seu nome e a sua nomeação

Começar a ver é, talvez, intuir
Que a posição da letra O e o tom da letra A
São o que são
Como palavras, como formas, como som
E que há sempre um elo
Entre as possibilidades

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Devo ser um dos poucos que ainda lê blogs poéticos. E você deve ser uma das poucas que ainda publica. Que bom!

Gostaria de te conhecer pessoalmente algum dia, Layla. São tantos assuntos em comum.
Quem sabe não nos encontramos por aí, em alguma parte desta trajetória.

Um beijo.

Layla disse...

Que poema fantástico! Pena que não encontrei x autorx e suponho que seja você!
Visita muito bem recebida
Esse espaço é um jardim que acredito que tenha vida própria
E toda a poesia e toda borboleta são bem vindas!