sábado, 19 de junho de 2021

querido diário (ou Aho Grande Espírito, Aho Pachamama)

Tenho sido acometida por um sentimento muito grande

Interessante que falei “grande”

Nem bom nem ruim, porque eventualmente o vetor se desloca nos eixos das múltiplas dimensões 


É tão grande que vai de ser caudaloso, muito poderoso, de muito Amor, de muito amparo 

De alívio

Para a sombra da represa deste rio 


Às vezes se confunde com paixão, quando está sombreado 

Às vezes sinto uma saudade 

Tão grande 

Que incomoda 

e revela um buraco 

De um dos buracos que não foram preenchidos mesmo neste estado despertado de Amor


É gostoso o adolescentil permitir-se a passear por essa floresta de rios 

De animais selvagens 

De cipós e folhas 

De Lua escondida 

Limpar-se de lama 

Rugir de volta

Sem vergonha

Sem nada 


Mesmo

Com buracos

Com buracos tapados - por quem? até quando? se quem, se quando 

Com vales e dunas e fossos e falésias 


Natureza, sou parte dela 

Sou e vivo esse vetor dançante

E bem vindo seja o sentimento grande 


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