terça-feira, 10 de maio de 2011

outono imperador

O coração sofre uma espécie de cãibra,
deve ter papilas que tornam a dor pensada em dor ácida e deixa o corpo todo doído.
É que chegou, imperativo, o desespero.

Desespero de quando a casa vazia, de repente, se lota.
Crianças, portas batendo, cochicho, fazer café, colocar fronha, sorrir, presentes, conselhos, conspirações, tevê ligada, ninguém assistindo, gente falando, ninguém escutando, cantos da casa bem por apanharem um bando de gente.

Desespero de quando todos se vão.
Quando tudo retorna ao silêncio, ao estático e sombrio e vem a vontade de fazer bastante café. Vai que voltam.
Talvez o melhor seja, mesmo, lavar a louça, empilhar os copos que vêm em conjunto de doze, guardar os colchões, descer do sótão, olhar no relógio que pisca vermelho, carente e triste no ultrapassado aparelho de vídeo cassete.

É que chegou, imperativa, a hora de se esconder do silêncio, que antes de rompido era até tão bonito.


9 comentários:

Anônimo disse...

Falsificar a data de postagem pra quê?! Deixe as pessoas em paz para viver em paz!

Layla disse...

Falsificar?
Acho que eu nem sabia que dava pra fazer isso...
Mas obrigada por ser louco(a) e, obrigada, ainda mais, por estar presente aqui sempre!

Gabriela disse...

Muito bonito,mesmo,mesmo.
Nem sei como eu achei seu blog.

vou visitar mais vezes.
:*

rodney disse...

bonito mesmo!
nao sabia que fazia poesia!

Anônimo disse...

Faz um tempao que eu escrevi isso. Não sei por que, resolvi colocar aqui...

"Esses dias o tempo mudou em São Paulo. Mas muta coisa continua igual. Talvez o frio e as nuvens sirvam apenas de catalisadores das reacões emotivas que fritam a minha cabeça. São condensações entre um passado que eu não quero esquecer e um presente que eu insisto em viver. O produto é uma uma alegria falsa e fugaz que logo se decompõe em mais memórias, que eu insisto em lembrar e que eu não quero mais viver. E assim vai a reação em cadeia. Já são 3 da manhã do sábado, do feriadão. E eu, escravo da catarse tento contar para o que quer que seja, mesmo esse papel de listas cinzas, esse pesadelo chato, redundante e de olhos abertos que não consigo dormir pra acordar."

Anônimo disse...

Tem uns errinhos ai...
MUITA=MUTA
LEGO=LOGO

Anônimo disse...

أن أكون معكم دائما طلبي إلى الله.
ولكن يبدو أن طريقة لتعليم له وترك كل منا في طريقه.
أنا ما زلت أحب لك لبقية الحياة ...
أنا أعرف يوم واحد في هذه الحياة أو لآخر، وسوف يجتمع عالمنا .
أحبك إلى الأبد

Talvez, não faça sentido pra ti,
talves a discordância que ocorre na troca de idiomas, torne a fraze incorreta ou sem sentido, talvez eu consiga uma postagem sua aqui dizendo puhfff. Mas para mim isso ja vale como um repouso, um descanço para a busca incessante de jamas conseguir unir mundos tão diferentes.

Não sei se é assim que se escreve
"Ana aktar wahed beyhebbak"
Se me lembro da tradução, isso ja explica algo.

Layla disse...

Por que mundos tão diferentes?

Layla disse...

por que?