mostra a pele e a veia rota
Toma o rumo exato
Este seu certo é errado, dizem
Tem abismos catastróficos
Tira a roupa
Mostra o broto de peito já exausto
o estômago ardido de lágrimas alcalinas
Engole o choro
Aceita o cinto marcar o pecado
Colhe sua violação na vida adulta
Escolhe o caminho certo dessa vez
Recolhe seus trapos do chão
Seca esses olhos sofridos do prazer
Reúne o pensamento decapitado
Não olhe para trás:
este crime foi você quem cometeu
este crime foi você quem cometeu
O dia do juízo final vai chegando
São minhas sábias mãos que chicoteiam o desvio
Deus fala através de mim
Não tenho medo, tenho conhecimento e honra
Tenho fé de que tudo vai dar errado
É meu cacete que manda
ele que ensina
ele que comanda a hora da alegria
Seu buraco torto é que está íntegro em demasia
Essa sua casa não parece a minha
De onde venho há celas
Moramos presidiários de tormentos
Conosco habitam nossas excretas
e o muro é alto demais para que as desprezemos
Sua rebeldia é uma maldição
Tira essa vestes suja e transgressora
Cobre suas ideias de latão
com minhas verdades de ouro
Nossos pais criaram filhos magníficos
Meu pai do céu me disse
Não estou delirando
A palavra certa é educando
Falo manso
mas não me provoque
não seja você
seja eu
Entrei em depressão
mas estou sempre no auge
mesmo minha escora é cume
Tira essa coroa
Tira os dentes
Tira o ar
Enforca, espanca, rasga, mata
Tudo seu é condenável
Asa é para aterrizar
Boca é para fechar
Braço é para largar
Coração é para acumular
Cu é para cagar
Ajo por meios justos
herdei esse dom dos meus pais
herdei esse dom dos meus pais
e dos pais dos meus pais de três mil anos atrás
Sei mais que todos aqui
que o que é certo é certo
e o que é errado é seu
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