a chuva aterra
mergulha, gota a gota, pelos sinápticos lençóis freáticos
carregando, dentro de cada uma, oceanos da nossa atenção
para os submersos terrenos desconhecidos
seu som hipnotiza a mente tagarela
que, ninada, põe-se a se dissolver de seu ambicioso controle
cedendo ao silencioso centro da terra
centro de si e centro de tudo
discreta e disfarçadamente, a água retorna aos Céus
também gregária,
se manifesta doce como o algodão,
preparando-se para trazer ao solo
novamente
sua sabedoria cíclica
gota
a
gota
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