Deus,
Dai-me clareza para encontrar os céus e os sóis escondidos sob minhas carregadas nuvens
E coragem
Para enfrentá-las
talvez chorá-las em terra fértil
Até então mudas
Como respondesse “Sim”
Deus balança as águas do Tapajós em ondas que tilintam gentilmente e noutras que me molham por inteira
Deus segue:
- Começa assim mesmo: é banho gelado, corpo temido e tremido pelo ar da mudança, mas logo te aqueço
Confie
Retorno caminhando e logo encontro minhas pegadas da ida
Tento segui-las repetidamente
é confortável pisar na areia pisada
Até que por vezes o registro claudica, falta um dos pares
como que eu voasse entre uma e outra
Então mesmo quando parece que repito
também hesito
e nesse momento se faz a oportunidade de criar algo
em novo sentido
Daí-me coragem