segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

um dia de tomilho


Saiu para um dia de pavor, 
que foi pavor por anos inteiros 
exceto do dia derradeiro. 

         Pavor que começou há dois anos. Saiu do jeito que dormiu, sem sutiã e uma blusa ok sem biscatisse. Nem sabia que era um dia libertário, e não de pavor, se soubesse, teria vivido pavor até então?
        O pavor nesses anos será que bem lhe fez? Talvez converteu energias ruins em energias boas, assim como acontece na matéria que estuda:ciclos, depois do bom,ruim/depois de um ruim muito ruim, ou vem uma surpresa boa ou uma ruim, sempre o que já se pensava antes mesmo de ficar consciente (isso metaforicamente e pra célula).
Metáforas das metáforas tece vida, cria matéria, seleciona receptores, aumenta a potência de uns sentidos em detrimento de sumir com outros.
Restam seis sentidos...quantos queremos ter?
         Durante dois anos não sabia que às 13:25 do dia 10:12:12 (13 aniversário de tal, 25 aniversário de Tal, 10 de outro, tudo da mesma família, e todos os aniversários do mesmo mês, tudo sincrônico, repara no número que bonito, deve ter algum significado. Parece místico. É místico aquilo que funciona só pra você mesmo, não adianta convidar outros a entende-lo, e quem, de repente, entende ou pede pra entender é pré-sinônimo de amizade.) teria uma conversa com uma pessoa importante pra ela. E importância especialmente por ser membro fixo da vida, escolhido ao acaso, mas que só o místico se empenha em entender a energia desse acaso vitalício.
           Desceu a escada, lembrou-se de estar como acordou, sentiu-se nua.
Surpresa incomparável a tantas outras recompensas, inclusive a da boa ventilação, ignorou e até desfilou pra si.

           O Místico sentou-se lado a lado; com olhos esbugalhados, com outros órgãos de sentidos que lhe deformavam a cara, colocou todas as mãos em sua garganta, com feição cansada e com secura na boca que dificultou a pronúncia fibrilada da simples palavra, enrouqueceu:
            
- Veja