Saiu para um dia de pavor,
que foi pavor por anos inteiros
exceto do dia derradeiro.
Pavor que começou há dois anos. Saiu do jeito que dormiu, sem sutiã e uma blusa ok sem biscatisse. Nem sabia que era um dia libertário, e não de pavor, se soubesse, teria vivido pavor até então?
O pavor nesses anos será que bem lhe fez? Talvez converteu energias ruins em energias boas, assim como acontece na matéria que estuda:ciclos, depois do bom,ruim/depois de um ruim muito ruim, ou vem uma surpresa boa ou uma ruim, sempre o que já se pensava antes mesmo de ficar consciente (isso metaforicamente e pra célula).
Metáforas das metáforas tece vida, cria matéria, seleciona receptores, aumenta a potência de uns sentidos em detrimento de sumir com outros.
Restam seis sentidos...quantos queremos ter?
Durante dois anos não sabia que às 13:25 do dia 10:12:12 (13 aniversário de tal, 25 aniversário de Tal, 10 de outro, tudo da mesma família, e todos os aniversários do mesmo mês, tudo sincrônico, repara no número que bonito, deve ter algum significado. Parece místico. É místico aquilo que funciona só pra você mesmo, não adianta convidar outros a entende-lo, e quem, de repente, entende ou pede pra entender é pré-sinônimo de amizade.) teria uma conversa com uma pessoa importante pra ela. E importância especialmente por ser membro fixo da vida, escolhido ao acaso, mas que só o místico se empenha em entender a energia desse acaso vitalício.
Desceu a escada, lembrou-se de estar como acordou, sentiu-se nua.
Surpresa incomparável a tantas outras recompensas, inclusive a da boa ventilação, ignorou e até desfilou pra si.
Surpresa incomparável a tantas outras recompensas, inclusive a da boa ventilação, ignorou e até desfilou pra si.
O Místico sentou-se lado a lado; com olhos esbugalhados, com outros órgãos de sentidos que lhe deformavam a cara, colocou todas as mãos em sua garganta, com feição cansada e com secura na boca que dificultou a pronúncia fibrilada da simples palavra, enrouqueceu:
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